Extremos de uma extremista em estado constante de TPM. Podem ser doces e floridos, podem ser azedos e espinhosos, mas no geral são sempre extremos.Ame ou odeie.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Vem cá, eu te conheço?
O que você é? Quem você é? O que você ouve? Que religião você proclama?
Essas perguntas de aparência tão inocente, tão triviais, escondem uma faceta vil do ser humano: A necessidade de rotular, classificar, descrever algo, alguém, uma atitude, um gosto...
A princípio pode parecer um simples instinto, uma necessidade até primária de organização que pode ter contribuído pra preservação da espécie humana. Algo primário como a fome, a sede, necessidade de proteção, instintos apenas. E como todos estes, permaneceram gravados no DNA e apenas os meios foram evoluindo. O fim não. Continuou o mesmo.
Acontece que nessa evolução de meios, outras características foram se agregando à idéia central. Agora não basta mais apenas classificar pelo instinto de apenas saber em que classe conhecida se encaixa determinada coisa ou pessoa pra que se saiba como agir ou não em relação a ela. Há hoje a necessidade de segregar, dividir, separar por castas, cores, credos, tamanhos, idéias...
Outra nova característica da maldita evolução: a necessidade de uma identidade visual. Cristo! Que diabos de evolução burra é essa? Então basta PARECER ser uma coisa pra que simplesmente seja? Nessa visão estapafúrdia e de lógica infantil então é que dançamos entre uma classe e outra durante a vida contra nossas vontades apenas pra satisfazer a necessidade e o capricho dos outros de nos classificarem pra que assim possam se definir no meio desse monte de estantes etiquetadas que todos nós mesmos criamos?
Eu nem sei em que caixa empoeirada eu me encontro hoje, mas eu me recuso a permanecer estática pra ser alvo de ataques dos que julgam saber exatamente como eu devo parecer pra com a devida permissão deles, ser.
Fulano ouve Beatles, lê Freud, não come carne, usa pomada no cabelo arrepiado, prefere allstar, lê gibis do Homem-Aranha e assiste Discovery Chanel! OBA! Consegui rotulá-lo! É um Nerd Cult Cool Underground Meio gay Pseudo-intelectual classe B345. Graças a Deus agora sei exatamente como humilhá-lo de acordo com o protocolo e deixar sua auto-estima no ponto pra que eu possa moldá-lo à minha forma que obviamente é a mais correta coerente e verdadeira mesmo que eu não saiba exatamente qual é.
A necessidade de rotular é tão latente quanto à de excluir o “inrotulável”. É como se houvesse uma caixa de refugos mesmo ela sendo uma forma de rotular algo ou alguém. Se o mesmo indivíduo acima citado de repente resolvesse dançar balé ou lutar boxe sairia completamente da caixa destinada a ele pra cair na maldita caixa de refugos.
Quer saber? Vou é sair daqui rapidinho antes que me joguem a força dentro de alguma caixa classificadora no setor GHT24543-B...
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