É um tempo de mudanças, de revisão de atitudes, hoje vejo coisas que não via antigamente. Vendo The Big Bang Theory (é, meio que um vício, muito boa a série!) comecei a analisar, como se isso fosse novidade, o relacionamento da Penny e do Leonard desde o comecinho e vendo como as coisas evoluíram eu fico até grata a eles por confirmarem o que eu venho constatando a algum tempo na minha vida: As convenções sociais em algum momento ruem quando verdadeiros e essenciais sentimentos afloram em uma relação. Muitas vezes em minhas relações eu fui o Leonard, algumas vezes fui a Penny. Deixa eu explicar melhor o que é ser cada um no meu conceito. Ser o Leonard é ser alguém que não conta com grande parte das características consideradas essenciais pela sociedade atual para se atrair um parceiro. É não ser o cara alto, musculoso, extrovertido, bem relacionado, bem sucedido financeiramente, medianamente inteligente, portador de dotes físicos, digamos, “excelentes” em comparação com a maioria. É ser algumas vezes baixinho ou alto demais, muito magro ou gordinho, ter espinhas, ser meio calvo ainda novo, usar óculos, não ser tão bom com as palavras na hora que precisa de um “aproach” na garota almejada, é não conseguir atingir o auge da carreira profissional na idade considerada natural... Ser Leonard é não ter um cabelo de propaganda de shampoo todo dia, é não ter aquelas curvas perfeitas da Ana Hickmann, é ter joelho grandão e pernas finas, ou ter gordurinhas pra todos os lados que não devia ter, é usar aparelho ortodôntico aos 27 anos ou não estar casada com o protótipo da perfeição em forma de marido, ter 2 lindos filhos e ter um mestrado tudo isso ao mesmo tempo. Isso é ser Leonard.
Já ser Penny é um pouco diferente, mas não por isso é menos cobrado. É ser alta, magra e ter um cabelão lindo, junto com a pele de veludo dos sonhos, e ser notada apenas por isso. É ter alguma característica diferente, algum talento,algo que te diferencie dos outros e ser notada e cobrada única e exclusivamente por ele, sem que notem que você é um ser bem além disso, é muito mais além disso. É ter lindos olhos azuis, cabelos louros, um físico que Brad Pitt invejaria, ter um carro bacana, estudar e gostar de RPG, Física quântica e dormir cedo, mas o mundo te cobrar atitudes como sair pra balada todo dia e “pegar geral” como se isso fosse uma obrigação que veio junto com o pacote dos olhos azuis.
Pois é, ver o casal desenvolver o relacionamento e passar por cima de todas essas convenções sociais me inspirou e meio que me libertou da idéia que eu já tinha absorvido de que Leonards só se relacionam com Leonards e as Penny (não coloco no plural pelo trocadilho infame que alguns usariam e que é engraçado mesmo kkkkkkk) somente entre elas. Agradeço à série pela possibilidade que está abrindo às massas, pela libertação de muitos, dentre eles, eu mesma. Agradeço a mim mesma pela abertura à mudança. Vejo vários baluartes ruírem, idéias e imagens de pessoas que antes significavam o santo Graal pra mim caírem por terra, às vezes por constatações minhas, às vezes por atitudes delas mesmas. Vejo pessoas que antes seriam preteridas pelo simples fato de serem como são, hoje, se tornando parte importante da construção desse novo “eu”.
Hoje o que ouço e me aquece o coração vem do que antes era improvável. Amanhã talvez mude, ou não. Mas hoje, só hoje, vivo mais contente pensando ser um mixto de Leonard e Penny e querendo nada além disso pra me acalentar a alma.
P.S.:
Vejam esse vídeo... ilustra bem o texto:
http://www.youtube.com/watch?v=vW1ex1wgFcA&feature=autoshare
Extremos de uma extremista em estado constante de TPM. Podem ser doces e floridos, podem ser azedos e espinhosos, mas no geral são sempre extremos.Ame ou odeie.
domingo, 31 de julho de 2011
Penny&Leonard
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário