quinta-feira, 7 de abril de 2011

Voz.



Depois de milhões de minutos corridos sem mais nada saber além da saudade, de repente um som antes quase diário e bastante raro aos que não lhe pertenciam brotava das caixas de som roucas como o próprio som... e a confusão de sentimentos daquele momento foi quase que enlouquecedora! O que sentir afinal? O que era de bom tom sentir ou o que realmente vinha como onda de maré alta batendo na parede do forte antigo? A raiva de simplesmente estar segurando um grande nó na garganta quando não deveria mais existir era tão forte quanto o que fazia o nó querer rasgar caminho e sair num grito tão alto que seria ouvido do outro lado do mundo. E enquanto isso o som era insistentemente repetido com a desculpa de testar a resistência e junto com a idéia forçada de que a resistência aumentava, aumentava também a saudade de quando aquele som mudava de tom notavelmente quando chegava pertinho... A lembrança da paz imensa que vinha com ele e também de quando esse mesmo som foi usado pra machucar, pra ir embora e deixar esse vazio. Quando essa hora passar e os dias continuarem como estão, sem mais nada além do meu som vazio e sem tom nem chão, essa vai ser mais uma lembrança guardada com cuidado, escondida, pra que qualquer outra hora apareça assim, sem ser chamada, ou até se apagar com outros sons e novas cores...

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